quarta-feira, 23 de maio de 2012

"Sou eu, mas podia ser você. É Salvador, mas poderia ser São Paulo!"


Imagem: Salvador Dali


Salvador é a cidade do boato, não se pode negar, em tempos de agilidade tecnológica a coisa só piora. Um carinha que está no Cab posta que houve um arrastão, o colega de Nazaré reproduz/compartilha, em 1h toda a cidade está a par dos arrastões que vem acontecendo na cidade. Mas, não foi só um? Ai já não adianta apuração ou 100 outros posts negando, a porra já se espalhou...

A terceira maior cidade do Brasil vive um caos administrativo, metereológico, de cidadania, falta tudo e sobra nada, é desesperador. Professores em greve, rodoviários parando, médicos em incessantes paralisações, a TranSalvador é a piada do século. Não vemos avanços, melhorias, soluções, nada, isso não é novidade para nenhum residente da nossa cidade (é mais do mesmo). A sensação é de que a cidade vem sendo puxada para o fundo do poço, sem relutar, simplesmente vai junto com a maré. O que vem a seguir é um relato simples, de alguém que estuda, trabalha e se locomove por Salvador, essa é a minha rotina, mas tenho certeza que poderia ser a sua.

Moro na extremidade da cidade, em Mussurunga (já fui nômade, passei por Cajazeiras, Itinga, Nordeste e Fazenda Grande do Retiro), trabalho no Centro Histórico, num horário até agradável, às 9h, entretanto, é impossível praticá-lo sem sair de casa, 6h30 da matina. Ando bastante, vou para a Paralela (20min), para pegar um ônibus que me deixa no Aquidabã, a 10min do trabalho. Saio de lá às 13h, vou andando até a Carlos Gomes (20min) para chegar ao meu segundo trabalho, na Ondina.

A volta para casa é o mais complicado, o horário é de pico, chegar em casa antes das 20h30 é praticamente uma proeza. Hoje (22), dia que antecede a greve dos rodoviários, manifestações assolaram o início da noite, às 20h, consegui chegar à Chapada do Rio Vermelho, a quilômetros de distância do meu destino final. E era um ônibus cheio, DJ de buzu, porque vamos e convenhamos, uma placa que sequer foi pregada, vai fiscalizar?

Finalizo esse texto ao chegar à Boca do Rio, imaginem que um segundo ônibus ainda me espera, mas a questão aqui não são os meus problemas, é essa sensação de apatia, de nada mais pode dar certo. O texto antes de qualquer coisa busca a discussão, de como mudar o amanhã, sem demagogia, sem super-heróis ou gênio da lâmpada. Me ajudem, preciso entender o que tem dado errado.

Ps¹. Cheguei em casa, às 21h11.

Ps². Alguém precisa avisar a colega de camiseta de listras brancas, roxas e lilás que já existe desodorante 24h.

Ps³. A nossa DJ precisa de aulas de como dançar arrocha.


*Texto da jornalista colaboradora Danielle Antão.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Seca na Bahia. Clamemos a São Luiz Gonzaga!




“Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de "prantação"
Por farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão”


“Asa Branca” foi composta em 1947, por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. A música conta a história de um nordestino que foi obrigado a se mudar por causa da intensa seca. Esse baião ecoa como o hino do sertão nordestino, e de um povo sofredor a pedido de socorro.








Antes do sucesso “Asa branca”, em 1938, o escritor Graciliano Ramos lançou o livro “Vidas Secas” que conta a história de uma família de retirantes nordestinos que convive com a seca e a extrema pobreza, chamando atenção da população, para as condições precárias que viviam os sertanejos. Passaram-se mais de 70 anos e o que mudou? Nada, apenas o Estado que sofre a cada ano.

Ao todo, 238 municípios baianos estão em estado de emergência por falta de chuva. Em algumas localidades não choveu nenhum dia este ano. Entretanto, a seca não é surpresa para nenhum governo. Em entrevista ao Bahia Notícias, o ex-diretor da Companhia do Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), o engenheiro Manoel Bomfim, afirma que foi feito há mais de 40 anos, pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), um estudo que comprovou que as grandes secas se repetem na Bahia, em média, a cada 26 anos.

Se o governo sabe que a seca é cíclica, porque não toma atitude para amenizar seu impacto? A resposta é simples, levar água encanada para todas as regiões e construir açudes não é “eleitoralmente viável”. É muito mais cômodo ao prefeito “tal” ou vereador “Zé” levar um carro pipa para os necessitados em troca de votos. É assim que muitos políticos sobrevivem e não é do interesse deles acabar com esta prática viciosa.

Fiel ao PT nos últimos anos, elegendo como presidentes, Lula e Dilma, o povo nordestino sofre com falta de políticas estruturantes. Os programas de renda mínima, como Bolsa Família são importantes, mas, não são suficientes para tirar milhões de pessoas da linha da pobreza. Qualquer plano que não inclua a intensa industrialização, a qualificação profissional, combinado com projetos estruturantes como transposição de rios e água encanada para todos, não será eficaz para acabar com a miséria da região.

Enquanto isso Súplica Cearense, Asa Branca, Vidas Secas e os Sertões, continuam muito atuais.


“Senhor, eu pedi para o sol se esconder um tiquinho
Pedir pra chover, mas chover de mansinho
Pra ver se nascia uma planta no chão”

Súplica Cearense

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Jackson do Pandeiro, "O Rei do Ritmo"




José Gomes Filho, talvez por este nome, poucas pessoas lembrem quem seja esse fantástico músico.  Mas conhecido como Jackson, intitulou-se Jack do Pandeiro, por gostar de Jack Parry, ator de filmes de faroeste.  Em 1948, foi trabalhar em Recife, na Rádio Jornal do Comércio, foi quando o diretor lhe sugeriu trocar Jack por Jackson, pois, tornava sua chamada mais sonora.  E assim seu nome ficaria eternizado na memória dos brasileiros.

Filho da cantora de coco Flora Mourão, nascido em 31 de agosto de 1919, na cidade de Alagoa Grande-PB. Quando criança queria ser sanfoneiro, mas, como sua mãe não podia comprar um instrumento tão caro, ganhou de presente um pandeiro. 

Aos 16 anos, pela primeira vez, Jackson integrou uma banda tocando bateria. Com 17 anos colecionava amigos como Zé Lacerda, irmão mais velho de Genival Lacerda, e Abdias época que ele já tocava pandeiro. Neste meio tempo, foi goleiro do Central, time de Campina Grande. Após confusão com soldados em plena Segunda Guerra Mundial, foi obrigado a se mudar para João Pessoa, onde passou a integrar a banda de Jazz Tabajara.

Em 1948, se apresentou na inauguração da Rádio Jornal do Comércio com a banda Jazz Paraguay. Na rádio foi apadrinhado pelo locutor-chefe Ernani Séve, e logo depois começou a se apresentar em seu programa cantando ritmos nordestinos.

Só em 1953, Jackson gravou seu primeiro sucesso, “Sebastiana”. Logo após emplacaria o “Forró em Limoeiro”, e neste mesmo ano, conheceu pessoalmente Luiz Gonzaga que o convidou para gravar nos estúdios da RCA. Ele recusou o convite justificando não estar preparado. Contudo, um ano depois, lançou seu primeiro álbum que fez grande sucesso no Rio de Janeiro, fazendo com que ele se mudasse para a cidade.



Jackson gravou inúmeros sucessos como, “O Canto da Ema”, “Chiclete com Banana”, “1x1”, “Xote de Copacabana”, “17 na Corrente”, “O Galo Cantou” dentre outros sucessos.  Em 1956, participou do filme “Tira mão daí”, primeiro dos nove filmes que participaria na carreira.
Em 1973, Jackson adere ao Racional Superior, seita que pregava que com disciplina rígida, seria possível conquistar imunização e o resgate dos discos voadores.  Mas tarde, iriam aderir a seita Tim Maia e Luperce, os quais formaram na seita, um ótimo trio de samba, entretanto, fadado ao fracasso.

A maior marca do trabalho de Jackson é sua facilidade de tocar diversos ritmos. Sem dúvida, sua participação na orquestra do cabaré “Cassino Eldorado”, e seu contato com diferentes ritmos, como blues, jazz, chorinho, maxixe, rumba, tango e samba, contribuiu para transformar o Jack no “Rei do Ritmo”. O seu som swingado e fortemente sincopado marcou sua carreira e conquista fãs até hoje.

Em, 10 de Julho de 1982, o Brasil perdia José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, decorrente de embolia pulmonar e cerebral.

e

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Dia do Basta Contra a Corrupção

UNIDOS CONTRA A CORRUPÇÃO 

Link da comunidade: http://facebook.com/diadobasta


- Corrupção para Crime Hediondo
- Fim do Foro Privilegiado
- Queremos voto aberto parlamentar

BA - Salvador – Farol da Barra ao Cristo. Horário: concentração às 15h saída as 16.



Carta da marcha contra a corrupção 

Foro Privilegiado
Queremos o Fim do Foro privilegiado, que permite que autoridades políticas exerçam o chamado foro por prerrogativa de função. O foro privilegiado consiste em impedir que autoridades políticas sejam julgadas por um tribunal de primeira instância, como qualquer cidadão que tenha cometido um crime comum.
A nossa Linda constituição única utopia, em seu Artigo 5°, determina que todos são iguais perante à lei... essa é uma cláusula pétrea da Constituição Federal ou seja não pode sofrer alteração... Cadê o principio da Isonomia? 
O Artigo 5° da nossa constituição federal, diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...
Pessoal muito pouco está sendo feito para a extinção do foro privilegiado. Pelo contrário, recentemente, o Supremo Tribunal Federal contribuiu explicitamente para a ampliação para ex-políticos! 

Voto secreto no congresso.

Exigimos o fim do voto secreto no congresso, (voto secreto não, eu quero ver a cara do ladrão).
Galera não há dúvida de que temos o direito e até mesmo o dever de acompanhar a atuação dos nossos representantes. Dizia Ruy Barbosa, quando senador, que:
"Dever é, logo, do membro do Congresso Nacional responder à nação pelo modo como exerce as funções legislativas. Para isso exerce ela a sua fiscalização contínua sobre os atos dos seus representantes, acompanha as deliberações parlamentares, sobre as quais deve atuar constantemente, a opinião pública, no seu papel de guia, juiz, freio e propulsor."
O Art. 37 da nossa CF, fala a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. 
Essa premissa democrática de controle popular dos atos dos representantes, constitucionalmente exposta na nossa constituição, destacando aqui a importância dada ao princípio da publicidade dos atos públicos, que deverá ser, a todo instante, protegida de qualquer controvérsia ou violação.
Portanto a utilização do voto secreto, nos órgãos, acredito que seja algo espúrio, ou de certa forma menos digno, que se preste apenas para a concretização de manobras políticas, de enriquecimentos ilícitos e de ilegalidades diversas.

Corrupção para crime hediondo 

Os crimes hediondos, do ponto de vista da criminologia sociológica, são os crimes que estão no topo da pirâmide criminal, devendo, portanto, ser entendidos como crimes mais graves, mais revoltantes, que causam maior aversão à coletividade.
Crime hediondo diz respeito ao delito cuja “lesividade” é acentuadamente expressiva, ou seja, crime de extremo potencial ofensivo, ao qual denominamos crime “de gravidade acentuada”. A corrupção causa grave danos a nossa sociedade, portanto queremos que seja considerada crime hediondo. As consequências destes casos de corrupção são escolas públicas em estado desprezáveis professores mal renumerados, fazendo com que o ensino das escolas públicas brasileiras fique defasado, além de hospitais em maus estados, sem médicos para atender os pacientes, fazendo com que eles fiquem esperando em filas que nunca acabam. Todas essas conseqüências acabam fazendo com que a população brasileira se revolte contra os parlamentares brasileiros buscando melhorias para o seu dia a dia e melhorias para a política brasileira, eu acho. 


* Texto de Diego Aragão, estudante da Uneb e participante do Movimento em Salvador






quarta-feira, 18 de abril de 2012

Belo Monte, nove erros no copo d'água




No século presente, todo o mundo é ambientalista e defensor da fauna e da flora. Sem nunca ter lido sobre o assunto, uma legião de moralistas, “ecochatos”, se julgam os guardiões do planeta. A Usina de Belo Monte é um caso emblemático de pouco conhecimento e falta de critérios racionais.

Verdade seja dita, 90% dos brasileiros não sabem para que serve um EIA/RIMA ( clique aqui para saber), nem mesmo leram uma página sobre o projeto de Belo Monte, respaldando-se apenas, em vídeos de artistas globais e em telejornais de visão política comprometedora. Por isto, listo um resumo contrapondo nove erros clássicos dos “ecochatos” sobre Belo Monte.

  1.  Porque construir Belo Monte - O Brasil precisa produzir 5.000 megahertz de energia por ano, para assim continuar a crescer 5% ao ano. Na falta de energia, voltaremos ao racionamento de 2002, e como resultado, teremos PIB menor, desemprego e consequentemente, menor renda. O projeto beneficiará 18 milhões de residências.
  2. Capacidade Energética - A Usina vai produzir cerca de 40% da capacidade das instalações, um pouco menor que as demais usinas brasileiras. A diminuição da capacidade se deve a redução do reservatório, mudança que vai garantir a vazão necessária para pesca, navegabilidade e atividades ribeirinhas. 
  3. Substituição por energias limpas - Primeiramente, hidroelétrica é energia limpa, utilizando apenas a força da água. Todo tipo de energia tem seu impacto, inclusive, os parques eólicos que utilizam vastas áreas, tornando-as inúteis. O correto é utilizar todas as energias limpas em conjunto, encaixando cada uma na área apropriada. Através dos governos estaduais, o Brasil tem implantado uma política de criação de parques eólicos. 
  4. Usinas de pequeno porte resolveriam? - Seria necessário construir 30 usinas de pequeno porte (30MW), para produzir o equivalente a Belo Monte. Os impactos ambientais seriam bem maiores.
  5.  Viabilidade econômica - O projeto não permite aumento de repasses do governo, cabe aos executores da obra utilizar de forma racional os recursos. Caso a empresa exceda o orçamento, os mesmos devem arcar com gastos.
  6. Área utilizada - Belo monte terá cerca de 500 km² de área alagada, e não atingirá as áreas indígenas do Parque Nacional do Xingu. A obra esta situada a 1300 km acima do Parque do Xingu, e só foi liberada com a segurança de não atingir a área indígena. De toda área utilizada 228 km² é do próprio leito do rio e o restante são áreas já desmatadas por agricultores e criadores de gados, ou seja, a afirmação de desmatamento é falsa. 
  7. A população indígena - No entorno da obra possuem 10 populações indígenas e nenhuma delas será atingida por alagamento. A vazão mínima de 700m3/s garantirá a navegabilidade, a pesca e as atividades ribeirinhas.  
  8. Empregos - 54% dos empregados de Belo Monte são moradores da região. A previsão é que no pico da obra serão gerados 19mil empregos, um grande incremento na renda de uma população pobre como da região. 
  9. Melhorias socioambientais - além de todas já citadas acima, estão previstas obras de urbanização; realocação da população que vive em condições precárias; criação de duas unidades de preservação ambiental; e capacitação da população indígena para atividades produtivas.

Mais informações (clique aqui) no site da Empresa de Pesquisas Energéticas. Mas, para quem não gosta de ler sugiro ver o vídeo Tempestade em Copo D’água produzido pelos estudantes da Unicamp: 




terça-feira, 10 de abril de 2012

XV ERECIC Recife, mais um encontro inesquecível




De volta a Salvador, minha estadia em Recife foi algo inexplicável, um misto de emoção, cansaço, alegria e política. O XV ERECIC - Encontro Regional dos Estudantes de Ciências Contábeis - vai deixar saudades a centenas de estudantes e contadores que estiveram presentes.

Após um ano longe dos Encontros de Contabilidade finalmente pude perceber porque este é um espaço que todos reclamam, mas, todo mundo quer participar do próximo. Dormir em salas ou ginásios, utilizar banheiros coletivos, caminhar muitos metros até chegar ao seu café da manhã não é o mais confortável. Entretanto, conhecer dezenas de pessoas alegres, amigáveis, e que durante quatro dias querem aprender sobre as novidades contábeis e conhecer novas pessoas são momentos raros. Na abertura do evento, as palavras do Organizador do ERECIC Recife, Cleryston Andrade, traduzem o nível de integração que me refiro: “próximo ano posso ir ao Rio e não precisarei pagar estadia porque tenho um amigo”.

Os bastidores do evento são tão fantástico quanto o que acontece nos alojamentos, palestras e festas.  A disputa para sediar o ERECIC 2013 foi umas das mais acirradas da história, protagonizadas por João Pessoa e Salvador. Foi a luta de jovens militantes que defendem a união com entidades profissionais, contra militantes que defendem independência. No final venceu o melhor. Todos estão convidados a participar do ERECIC 2013 na Paraíba.

Aos que não participaram do GD sobre Mecic (Movimento Estudantil de Ciências Contábeis) perdeu a oportunidade de conhecer uma figura fantástica, uma das mais politizadas que conheço, o pernambucano Pedro Augusto, apelidado de Pedrão, foi um momento de total informalidade e efervescência de ideias. Nunca vi tanto estudante de contábeis com vontade de lutar por sua classe.

A temática do Evento também merece destaque “Os Desafios da Implantação da Nova Contabilidade Pública”, foi abordada por cientistas muito competentes que conseguiram transmitir as principais evoluções da contabilidade pública.

Para quem não entendeu nada do que estou falando, em resumo o ERECIC é um lugar do Brasil que não existe a crise dos telejornais, é um espaço que não existe a reclamação sobre o chefe, sobretudo, é o lugar onde o Nordeste mistura toda sua cultura belíssima, e discute o futuro da profissão numa informalidade que não existe num evento profissional. Parabéns aos estudantes!

terça-feira, 3 de abril de 2012

Bom Feriado a todos e que Deus proteja a Bahia!



Amanhã, pego a estrada em direção a Recife, onde acontecerá o XV ERECIC ( Encontro Regional dos Estudantes de Ciências Contábeis), durante a semana Santa.

Uma oportunidade de rever amigos, de conhecer novas pessoas e de se atualizar sobre a contabilidade, profissão a qual escolhi para sobreviver. Não preciso comentar que entre uma palestra e outra tenho que arranjar um tempo para me banhar na praia de Boa Viagem, visita obrigatória para quem vai a Recife.

O melhor do evento vai ficar para o sábado após o almoço, onde reencontrarei meu velho amigo do movimento estudantil Rafael Lima de Freitas. Juntos vamos mediar o Grupo de Debate " Sistema de Cotas nas universidades públicas", promessa de discussões acaloradas.


Falam por ai que João Henrique e Jaques Wagner irão aproveitar a saída de muitas pessoas do estado para cumprir a profecia do fim da Bahia em 2012. Espero voltar e encontrar tudo no lugar, e infelizmente, no regresso avaliar mais uma vez a degradação que estamos sendo submetidos. Bom feriado a todos e até próxima semana!

Câmara aprova projeto de lei que proíbe “DJ de buzu”!





Tomei um susto quando abri os principais jornais eletrônicos baianos na noite desta segunda-feira.  Extra, extra, vereadores de Salvador aprovam projeto de lei que proíbe “DJs de Buzu” de nos agraciar com suas músicas empolgantes.

Ora Ora, seria cômico se não fosse trágico, é uma massagem no cérebro do povo que anda de “buzu” e uma evolução no ego dos nossos vereadores que andam de carro.  Reparem, basta o prefeito João Henrique sancionar a lei e todos nossos problemas acabarão.  Como diria meu avô, me faça uma garapa de limão.

Fico me perguntando, porque nenhum vereador teve está idéia genial antes? Uma lei para acabar com a falta de educação alheia, impressionante, era tudo que precisávamos. Imaginava que seria necessário muito investimento na educação pública e uma mudança cultural para alterar este panorama, mas pelo visto não precisamos de nada disso. Parabéns Vereador Isnard Araújo(PR) e Andrea Mendonça (PV), com um papel e umas letras vocês resolveram tudo.

Muitos dirão que a iniciativa dos vereadores é boa e que meu texto não tem fundamentação teórica. Não tem mesmo, minha fundamentação é empírica, ou seja, pego “busu” como qualquer reles mortal em Salvador, portanto sei que essa lei e nada é a mesma coisa! Um tio Sam que chegue e veja as leis do Brasil acredita que este é o país mais organizado do mundo. Mas a realidade é bem diferente; aposto com qualquer soteropolitano que está lei vai ser mais uma a não ser cumprida em terras tupiniquins.

O que querem Andrea e Isnard com está lei? Eles querem que tenha um policial em todos os ônibus para proteger a população ameaçada? Ou querem se promover como defensores da moral e dos bons costumes? Pelo visto, todo o mundo quer virar Luiza Maia! E o transporte público continuará deficitário como sempre.

quinta-feira, 29 de março de 2012

“Antibaixaria”, santa Hipocrisia!




Esta semana, foi aprovado na Assembleia Legislativa da Bahia, o projeto de lei da deputada Luiza Maia (PT), apelidado de “antibaixaria”.  A princípio vou manter a parte minha opinião sobre o projeto e irei analisar pela visão dos baianos.

Quase 99% dos soteropolitanos são a favor do projeto da deputada, fato! Um paradoxo, pois a população que apóia o projeto é a mesma que dá audiência as rádios que tem como programação, músicas de depreciação as mulheres. Qualquer pesquisa de audiência é capaz de comprovar que a rádio Piatã FM é a líder de audiência na grande Salvador. E o que dizer da Bahia FM que assumiu o segundo lugar em 2011?

Oh sim, podem dizer que a rádio não toca apenas músicas “baixas”, verdade! Mas o que as diferem das demais rádios, é justamente isto. Hipocrisia? Talvez. Mas, uma vez o politicamente correto do século XXI, torna-se nojento. Ou seja, os soteropolitanos ligam seus rádios para ouvir música de “sentido único”, mas, nas discussões coletivas dizem que ouvem Chico Buarque.  Façam-me mil favores! Enquanto isto, a rádio pública Educadora FM, tá quase fechando as portas.

Então, o que dizer da declaração do deputado Targino Machado (PSC) (veja aqui) sobre o projeto? O mesmo afirma com todas as vírgulas que o projeto é inconstitucional, todavia, votará a favor. Será com medo de perder voto? Certamente, pousar de bom moço na televisão pode garantir uma tranqüila reeleição, ganhando votos de ativistas, demagogos e evangélicos. Rasgar a constituição pode, mas, perder voto não. E o povo continua acreditando na boa intenção dos políticos. Como diz o poeta: Me deixe viu!

segunda-feira, 19 de março de 2012

Gordurinha, o gênio baiano esquecido.




Cantor, compositor, radialista e humorista Gordurinha é um gênio esquecido pela mídia e pela população baiana e brasileira, salvo por alguns pesquisadores e apreciadores da cultura nordestina.

Waldeck Arthur Macedo, conhecido pelo apelido de “Gordurinha”, compositor da música “Quero me casar” e “De pontinho em pontinho”, teve seu talento de compositor ofuscado pelo talento de humorista. Sucesso na Bahia tentou várias vezes emplacar no Rio de Janeiro, o que só conseguiu em 1952.




Em 1958, Ary Lobo gravou um de seus maiores sucessos “Vendedor de Caranguejo”. Um ano depois, foi a vez de Jackson do Pandeiro eternizar o grande sucesso “Chiclete com Banana”, de sua composição.

Ainda em 1959, Gordurinha gravou a música, “Baiano burro nasce morto”, bordão repetido até hoje pelas famílias baianas. Em 1960, gravou o grande sucesso (talvez o maior em sua voz), “Súplica Cearense”.

Bom humor sempre foi a marca de todo seu trabalho, mas, o protesto nunca foi deixado de lado, o que fez o artista fugir de casa no Golpe de 1964. A seca e a defesa da cultura baiana são  temas abordados por ele.

Em 2008, foi lançado sem muito alarde na Assembleia Legislativa da Bahia, o livro biografia do Gordurinha, escrito por Roberto Torres, uma grande oportunidade de conhecer sua história.

O blog Gordurinha Neto (clique aqui para ver) preserva muitas informações sobre este ícone da cultura brasileira. Deixo também outros links importantes caso desejem pesquisar:





quarta-feira, 14 de março de 2012

O que aprendi com um mês de blog



Faz mais de um mês que estreei este blog, algumas propostas iniciais relatadas no primeiro post Ócio Produtivo foram mantidas, outras nem sequer saíram do papel. O período é curto, mas, já dá para tirar algumas conclusões provenientes do tráfego do blog. Vejamos:


  1. O Google Plus é um fracasso, sua origem de tráfego não corresponde a 1% dos acessos.
  2.  Para a Google não chorar, 53% das pessoas que acessaram o blog usam o navegador Chrome, contra 22% do Firefox e 19% do quase extinto Explorer.
  3.  O monopólio da Microsoft é indiscutível, cerca de 90% dos usuários utilizam o Windows como sistema operacional.
  4.  Os norte-americanos lêem qualquer coisa mesmo, 13% da audiência do blog são de leitores dos Estados Unidos da AMERICA (não é do Brasil Serra).
  5. O Facebook é realmente a maior referência de tráfego entre os brasileiros, entretanto, engana-se quem acha que o Orkut morreu. Quando se fala em “notícia”, o Orkut é um lugar de muito debate, logo é o 2º colocado em origens de tráfego.

Outros pontos merecem análise minuciosa, é o caso dos posts menos lidos. O texto a História do Brasil, no qual indico livros de história para leitura é o menos acessado, assim como o post “Globo e manipulação, tudo a ver” que conta histórias de manipulação da Rede Globo, vem logo em seguida como o menos lido; provavelmente a população não gosta muito de livros, muito menos de história. Em contra partida, todo mundo gosta de ler o que todo mundo escreve, assim o post PM e governo o jogo continua, que se refere à greve da PM da Bahia foi um sucesso.

O texto mais lido do blog, acreditem não me esforcei muito em divulgá-lo, foi Sou contra o movimento Desocupa Salvador, que explica a inviabilidade da derrubada do prefeito. A avalanche politicamente correta que domina o século XXI, não permite discordar de movimentos populares. Não aceitando minha opinião, muitos integrantes do movimento chegaram a me ofender com palavrões que não merecem ser repetidos. Isso demonstra como pessoas defensoras da “democracia” utilizam da liberdade de expressão somente em seu beneficio.

Creio que neste um mês consegui falar de história, política, prosear, pitacar sobre diversos fatos. Contudo, como trabalho com contabilidade, escrever sobre finanças ficou “para escanteio”, pois falo sobre isto a todo momento.

Aos leitores que gostam do blog, estou aberto a críticas e sugestões. Até a próxima!





quinta-feira, 8 de março de 2012

Ser mãe é fácil, difícil é parir num hospital soteropolitano




No dia 04 de outubro de 2007, perdi minha avó materna, vítima de infecção generalizada após uma cirurgia do coração. A dor de vê-la internada na Unidade de Terapia Intensiva foi desesperador, por isso, desde então, jamais voltei há um a hospital ou emergência.

Nesta última quarta-feira (07), retornei a um hospital de grande porte por interesse meramente profissional, fui entrevistar um obstetra sobre as condições das maternidades de Salvador. Nos próximos parágrafos farei um relato do que vi, senti e pensei!

Chegando ao Hospital Roberto Santos vi um mar de gente, muitos a espera de atendimento, alguns com malas sendo liberados da internação e outros tentando marcar consultas. Ao ser conduzida a área de obstetrícia a sensação foi de ansiedade e desespero com a possibilidade de presenciar um parto. Pausa para uma revelação pessoal, já pensei em ser mãe e “despensei” milhares de vezes, então, ouvir a gritaria feminina me deixou em pânico.

Durante a conversa, a revolta pelo descaso com essas mulheres e seus recém-nascidos é inevitável. Não é fácil descobrir que partos estão sendo feitos nos corredores em cima de macas; que semana passada após 4h de peregrinação a procura de um leito, uma mãe deu a luz a um bebê morto e que por falta de UTI, crianças prematuras vem a óbito.

Aviso ao município de Salvador, ao governo do Estado e Federal que de nada adianta Vale-gás, Bolsa Família, vale transporte para o pré-natal, se as grávidas não conseguem atendimento de qualidade no momento que necessitam.

Neste emblemático, 08 de março, que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, peço a homens e mulheres, que sejam ou não pais e mães que manifestem e exijam seus direitos instituídos pela Constituição. GRÁVIDAS parir com segurança e com o mínimo de cuidado é seu DIREITO, lute por isso!

Para saber mais sobre a situação das maternidades baianas acessem o grupo Rosa (veja aqui) no facebook.


*Texto da jornalista colaboradora Danielle Antão

terça-feira, 6 de março de 2012

Sou contra o Movimento Desocupa Salvador




A todo instante recebo convites para aderir ao Desocupa Salvador, no site do movimento é possível ver diferentes protestos como a aprovação da LOUOS (Legislação de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo) e o caso do Camarote Salvador, ambos com aroma de dinheiro forte.

Tenho inúmeros casos para citar do desgoverno do prefeito João Henrique, como o caos na saúde pública, liberações irracionais de alvarás para prédios em áreas intransitáveis, o abandono de locais públicos, a má administração da Transalvador, a criação da inoperante Guarda Municipal, além do grande déficit orçamentário.  Isto já seria suficiente para derrubá-lo.

Vamos à realidade, é muito difícil derrubar um prefeito que tem maioria na câmara e possui o apoio dos detentores do dinheiro. Além disso, 2 mil pessoas nas ruas é uma parcela ínfima da população soteropolitana, contra a maioria que o reelegeu.

Mesmo que o movimento crescesse, caindo Joãozinho assumiria o vice-prefeito Edvaldo Brito, especialista em direito tributário, que comandou no último ano uma reforma tributária, que se não foi desastrosa, pelo menos aumentou os tributos dos soteropolitanos. E se de fato derrubássemos o prefeito e seu vice? Assumiria o presidente da câmara Pedro Godinho, que não votou contra a aprovação da LOUOS. Covardia ou não, foi o único vereador presente a não votar.

Nova eleição seria uma boa alternativa? Mesmo que o prefeito fosse derrubado agora, demoraria no mínimo três meses pra ocorrer novas eleições, o que não seria muito distante das próximas eleições municipais programadas.

A proposta mais viável é informar aos desavisados sobre os “feitos políticos” dos candidatos a prefeitura de Salvador e se unir em torno de um candidato que tenha propostas concretas para a cidade. Sei que vai ser difícil escolher alguém para apoiar, pois não há nada tão ruim que não possa piorar. Por enquanto, vou me resguardar em bater em todos candidatos.

sexta-feira, 2 de março de 2012

A história do Brasil – O que você não viu na escola!


Como descrevi no meu primeiro post Ócio Produtivo, uma das minhas paixões é ler sobre história. Por isto, me sinto na obrigação de mostrar um pouco dos últimos três livros que li sobre esta temática. Diferentemente dos livros tradicionais de visão romanceada sobre os índios, negros, nativos americanos, e da crueldade dos europeus, estas obras demonstram também a perversidade dos primeiros e a benevolência dos europeus.



O primeiro livro é “1808”, de Laurentino Gomes. O escritor conta como o rei Dom João VI ajudou a mudar a história do Brasil. Desde sua escala na Bahia, antes de chegar ao Rio de Janeiro, o rei toma medidas que transformou nosso país de simples colônia portuguesa em um Reino Unido a Portugal e Algarves. O livro se passa em um ambiente pitoresco para realidade de hoje, época em que o Brasil era uma coxa de retalhos, sem estradas, sem rede sanitária e com 99% da população analfabeta. No cenário, uma rainha louca e um rei que conseguiram transformar o Brasil num dos países mais importantes do mundo.

“1822” é a continuidade de “1808”. O livro descreve o Brasil a beira da independência, desmistificando a vontade dos brasileiros de se separar de Portugal. A maior parte da nossa população era negra e o principal interesse dos senhores de engenho era evitar a revolta dos escravos. Com uma mãozinha dos “portugas” e de um escocês louco por dinheiro, D. Pedro I se torna herói e proclama a Independência do Brasil. Laurentino conta a vida de D. Pedro I até sua morte e como ele se tornou odiado nos seus últimos dias.

Nestes livros, Laurentino Gomes consegue mostrar diferentes visões da mesma realidade, o que deixa a leitura prazerosa. Por exemplo, D. Pedro I é descrito como apaixonado pela vida militar, companheiro e humilde com seus soldados, entretanto, é cruel com sua esposa e seus adversários políticos. Muitas vezes ao defender o Brasil era retalhado pelos compatriotas portugueses, e no fim das contas foi expulso do Brasil acusado de traição.



A história pode ser contada através de diferentes olhares, outro exemplo é “O Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”. O escritor Leandro Narloch desconstrói personagens tidos como heróis brasileiros como Zumbi dos Palmares, Tiradentes, Lampião, Leonel Brizola, entre outros.

Posso acrescentar que nenhum dos livros citados tem a pretensão de descrever uma verdade absoluta, a visão de cada acontecimento é modificada de acordo com a necessidade de cada tempo. Para não correr o risco de contar tudo, vou parar por aqui e desejo boa leitura a vocês. Até as próximas dicas. 



segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Cachorro sem dono? Maus tratos liberado!




Juro que não compreendo a bondade humana do século XXI. A mesma pessoa que fica chocada com imagens de agressão a animais, se regozija de prazer com violência contra seres humanos.

Cenas de violência animal têm sido recorrente na mídia brasileira. Segundo a teoria antropológica, os agentes agressores são os novos “diabos sociais”, ou seja, meros “bodes expiatórios” para mascarar problemas mais graves.  Não sou a favor de nenhum destrato a seres inofensivos, porém, estes fatos são supervalorizados por provocar comoção pública e aumentar audiência de programas televisivos.

A integridade de um animal está valendo mais que a de um ser humano e não é exagero meu.  Por exemplo, a cada final de semana temos em média 12 assassinatos em Salvador, e não existe nenhuma comoção pública, nem compartilhamento em massa no facebook, e o assunto não alcança o Topic Trends no Twitter.  É verdade que programas sensacionalistas como Balanço Geral, Brasil Urgente, dentre outros, se aproveitam da situação para alavancar audiência. Mas o tratamento é bem diferente. Vejamos:



O jovem do vídeo é acusado, julgado e sua sentença executada em praça pública. O ato troglodita digno da Idade Média é aclamado pela mídia e apoiada pela população. Contudo, isto esconde um pensamento rasteiro de preconceito e racismo. Nunca vi “filhinho de papai” sendo espancado pela Polícia, mesmo sendo preso em flagrante delito.

A população apoiando estes atos, legaliza o tratamento desigual as minorias sociais, como agressão a pobres, negros, gays e todos os tipos de classes “oprimidas”. Passa o tempo, entretanto, continuamos com índole medieval, semelhante aos romanos e seus atos de barbáries. Afinal, não podemos deixar leões famintos. A solução é simples, joguem carne humana para eles comerem.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Classificação: sexo feminino – Gênero: construído ao longo dos anos




Sempre tive muito problemas em ouvir indagações ou afirmações sobre ser feminista. Achava ofensivo e um rótulo pesado para se carregar, são décadas de lutas e militâncias de milhares de mulheres pelo mundo todo e o meu papel nesse bolo todo é ler, estudar, escrever e debater com amigos culturalmente construídos como machistas. Acredito na mudança pessoa a pessoa, já que nunca tive pretensão em assumir algo que envolvesse o gênero e leis que influenciassem milhares de pessoas.

Passei a aceitar o termo feminista, logo após descobri e aceitar ser de esquerda, sujeito que apoia o fim das diferentes formas de exploração do homem – lembrando que dentro da própria esquerda existem vertentes diferenciadas como centro-esquerda e extrema-esquerda. Após todas as aceitações de termos passei a gritar ao mundo, sou feminista e daí?

Não era nem nascida quando aconteceram a Primeira e Segunda Onda do Feminismo, não lutei pelos direitos femininos ao voto, muito menos queimei sutiãs (na verdade sou aficionada por eles). Sou de uma geração que luta por respeito, por garantias igualitárias de salário, contra a violência doméstica e principalmente pela conscientização de mulheres, para que lutem por seus direitos nos espaços públicos e privados.

A mulher do séc. XXI é praticamente um Bombril, são 1001 papéis: dona de casa, chefe de família, mãe, mulher, esposa, profissional e por ai vai. É inegável a importância do papel representado pelas brasileiras na nossa sociedade, principalmente na Bahia, uma terra que há gerações é capitaneada por matriarcas.

Meu recado? Nunca permita ser julgadas/recriminadas pelo sexo que nasceu, se valorize como profissional, pois você passará por muitas discriminações e perderá empregos ou ganhará menos por sangrar todo mês e poder gerar uma nova vida. Se politize, descubra seus direitos e jamais abaixe a cabeça e aceite qualquer tipo de violência. 





* Texto da jornalista colaboradora Danielle Antão.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

PM e Governo: O jogo continua.




A cena a cima poderá se repetir em breve. Não se trata de mandinga ou praga de azarão. Se refere a baixa remuneração e falta de prioridade do governo.

As revoltas dos policiais militares de 2012 já saíram das capas dos jornais para dar lugar ao carnaval, mas, todas as suas reivindicações estão longe de ter um fim, por isto, temos obrigação de refletir sobre estes fatos. Foi na Bahia que o movimento teve maior adesão e fez os baianos relembrarem o ano de 2001, penúltima greve geral da Polícia baiana.

Criada na Ditadura Militar, a PM tinha o objetivo de caçar, investigar e até matar comunistas e qualquer cidadão que o governo julgava comprometer a ordem política vigente. Assim como as instituições militares de defesa nacional, como o exército, a marinha e a aeronáutica; a PM não possui direito de greve e deve trabalhar mesmo que seja na marra. Todavia, quem ensinou os “tiras” a se amotinarem?

Por ironia do destino, o governador da Bahia, Jaques Wagner foi um ótimo professor, juntamente com seus amigos do Partido dos Trabalhadores que ensinaram todos os métodos de porta de fábrica aos militares. Contando com a falta de memória do povo, hoje os petistas chamam a greve de prática terrorista. Porém, como a internet não deixa nossa memória falhar, o vídeo denuncia quem ensinou o terror:



 A exposição midiática já passou, entretanto, o jogo de xadrez deve continuar e será um processo longo. O mesmo tabuleiro que fez Jaques Wagner dá um xeque mate no movimento grevista, é o mesmo que o fará sangrar nas próximas eleições.

Independentemente da disputa política, sem melhor remuneração para estes profissionais é impossível visualizar o fim de movimentos como estes. Talvez, o dinheiro que o governo nega ter, está sendo torrado em estádios para a Copa do Mundo. 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

“Globo e manipulação, tudo a ver”!



A liberdade de imprensa é um direito conquistado através de lutas desde a primeira constituição brasileira, em 1824. Mas na terra tupiniquim, a liberdade é trocada por “libertinagem”, e a falta de lei que regule setores da comunicação permite que a mídia seja usada como ferramenta manipulatória.

A Globo é o maior veículo de comunicação do país e também o maior exemplo de como a imprensa desvirtua informações. Histórias de manipulações da rede Globo não são novidades. Mas, como relembrar a história é necessário para consertar erros do futuro, vamos recordar alguns fatos marcantes da Vênus Platinada, como o caso Brizola, as “Diretas já” e a eleição de Collor.

O Candidato Brizola
Em 1979, após voltar do exílio, Leonel Brizola candidatou-se a governador do Rio de Janeiro. Sua candidatura não agradava aos militares e sua aliada Tv Globo. Com a vitória praticamente certa, a Globo montou um esquema para fraudar a contagem dos votos, através da empresa Proconsult, responsável pela apuração. A fraude foi denunciada por um executivo da emissora, por isto, foi montado um esquema paralelo de contagem, assegurando a vitória de Leonel Brizola.

As diretas Já
Provavelmente, a maior proeza realizada pela emissora carioca foi esconder uma multidão de pessoas que saíram as ruas no momento derradeiro da ditadura militar, pedindo eleições diretas para presidente. Após grande desgaste da sua imagem, a Globo decidiu noticiar a “Diretas Já” de forma distorcida, mostrando a passeata que reuniu 300 mil pessoas nas ruas de São Paulo, como uma mera comemoração de aniversário da cidade.

As eleições de 1989
Outro personagem emblemático para as organizações Globo foi o sindicalista Luís Inácio Lula da Silva, que em 1989, saiu candidato a Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores. No primeiro debate televisivo das eleições de 1989, realizado pela Tv Manchete, o candidato do PT apresentou um discurso convincente frente o Candidato dos Marinhos, Collor de Mello.

Para derrubar Lula, a Globo elaborou um plano. Na reta final da campanha, a emissora exibiu durante sua programação a edição de um debate que favoreceu seu candidato. A manobra foi confirmada em novembro de 2011, por Luis Bonifacio, o Boni, naquele período principal executivo da emissora. Assim afirmou em entrevista a Folha de São Paulo:

"Conseguimos tirar a gravata do Collor, botar um pouco de suor com uma glicerinazinha, e colocamos as pastas todas que estavam ali, com supostas denúncias contra o Lula, mas que estavam vazias ou com papéis em branco".

Diferente da liberdade de expressão defendida pela Globo, os funcionários que tentaram protestar contra  a edição do debate foram sumariamente demitidos como podemos ver no vídeo abaixo:



Não é um “desserviço” a população brasileira? Certamente. Distorcendo informações e garantindo a alienação da população, organizações como a Globo defendem seus interesses privados.  Por este motivo, eles não querem viver a sob a batuta da lei.

A melhor volta da história - Ayrton Senna




Olá resenhadores,

Hoje decidi não escrever um texto, gostaria apenas de compartilhar com vocês uma das minhas paixões, o automobilismo. E como todo brasileiro que gosta de corridas, tenho Ayrton Senna como exemplo de excelente piloto.

O ano é 1993, Grande Prêmio da Europa. A imprensa inglesa criticou ferozmente o circuito de Donington Park por não apresentar ponto de ultrapassagem. Mas, o extraordinário Ayrton Senna deu um show de pilotagem. A primeira volta deste GP ficaria conhecido como a melhor volta da história.

O vídeo dispensa comentários. Até mais!







sábado, 11 de fevereiro de 2012

Bahia, terra do Forró




Que a Bahia é um celeiro da cultura popular brasileira ninguém duvida, o samba reggae do Olodum, o axé de Luis Caldas e Daniela Mercury, o pagode do É o Tchan, são exemplos de ritmos que ficaram conhecidos em todo país. Mas, o que muitos não lembram é a importância da Bahia para o forró brasileiro.

Criado em 1958, na cidade de Salvador, o Trio Nordestino foi o responsável por divulgar o forró na Bahia. Sua formação mais conhecida era composta por Lindú (voz e sanfona), Coroné (zabumba) e Cobrinha (triângulo). Esses três nomes são responsáveis pelo primeiro sucesso do grupo, a música “Chupando Gelo”. 

Se não fosse o Trio Nordestino provavelmente o forró ficaria na história como uma modinha como ocorreu com a lambada e outros ritmos brasileiros. No final dos 60, o forró estava em baixa e a partir de inovações o trio apostou juntamente com Genival Lacerda, em músicas de duplo sentindo. Foi neste momento, 1970, que o grupo gravou seu maior sucesso Procurando Tú, composição de Antonio Barros, disparando nas paradas de sucesso, só sendo superado em vendas de disco por Roberto Carlos.

Um das grandes inovações do Trio Nordestino foi a incorporação de uma segunda sanfona e uma bateria no grupo, tornando o forró “mais aceitável” num período em que o Brasil era marcado por forte mistura de ritmos, mas, apesar disso, as raízes do forró foram preservadas.

Hoje, o forró da Bahia inspira-se na qualidade das letras e na diversificação das bandas, agradando diferentes gostos e sobrevivendo no meio de um mercado musical altamente comercial. A dança bonita e prazerosa, o baixo custo e o clima amistoso são os principais atrativos do forró. Salvador possui uma casa especializada em forró situada na orla da cidade e as festas juninas constituem o momento máximo da celebração do ritmo.

Artistas como Flavio José, conhecido também como rei do xote, Adelmário Coelho, Bruninho do Acordeon, Jó Miranda, dentres outros levam a tradicional música nordestina para toda a Bahia. Em especial, o sanfoneiro Targino Gondim, que em 2009, criou o Festival Nacional da Sanfona em Juazeiro-BA, que festeja o belíssimo instrumento com convidados renomados, como o mestre Dominguinhos.

Muitos acham que o forró na Bahia não é um ritmo de forte aceitação. Na verdade, a mídia não dá a devida atenção, mas o que podemos ver nas principais escolas de dança da capital é muito diferente. Forropolitano, Forrozeando, Cabrueira, Baião Granfino estão cheias de alunos de janeiro a dezembro.

Aos milhares de turistas que visitam a Bahia todos os anos, convido vocês a conhecer este mundo mágico. Poderia expor inúmeros fatores para os leitores conhecerem o nosso forró tradicional, entretanto, nenhuma palavra está a altura de descrever o sentimento de um verdadeiro forrozeiro.



Retrato da Bahia
Quem chega na praça Cayru
Olha pra cima o que é que vê
Ver o elevador Lacerda
Que vive a subir e a descer
É o retrato fiel da Bahia
Baiana vendendo com alegria
Coisinha gostosa de dendê
Lá na rampa do mercado
Saveirinho abarrotado
Muito fruto, em bom bocado
Tudo bom pra se comer
É o retrato fiel da Bahia
Baiana vendendo com alegria
Coisinha gostosa de dendê