terça-feira, 6 de março de 2012

Sou contra o Movimento Desocupa Salvador




A todo instante recebo convites para aderir ao Desocupa Salvador, no site do movimento é possível ver diferentes protestos como a aprovação da LOUOS (Legislação de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo) e o caso do Camarote Salvador, ambos com aroma de dinheiro forte.

Tenho inúmeros casos para citar do desgoverno do prefeito João Henrique, como o caos na saúde pública, liberações irracionais de alvarás para prédios em áreas intransitáveis, o abandono de locais públicos, a má administração da Transalvador, a criação da inoperante Guarda Municipal, além do grande déficit orçamentário.  Isto já seria suficiente para derrubá-lo.

Vamos à realidade, é muito difícil derrubar um prefeito que tem maioria na câmara e possui o apoio dos detentores do dinheiro. Além disso, 2 mil pessoas nas ruas é uma parcela ínfima da população soteropolitana, contra a maioria que o reelegeu.

Mesmo que o movimento crescesse, caindo Joãozinho assumiria o vice-prefeito Edvaldo Brito, especialista em direito tributário, que comandou no último ano uma reforma tributária, que se não foi desastrosa, pelo menos aumentou os tributos dos soteropolitanos. E se de fato derrubássemos o prefeito e seu vice? Assumiria o presidente da câmara Pedro Godinho, que não votou contra a aprovação da LOUOS. Covardia ou não, foi o único vereador presente a não votar.

Nova eleição seria uma boa alternativa? Mesmo que o prefeito fosse derrubado agora, demoraria no mínimo três meses pra ocorrer novas eleições, o que não seria muito distante das próximas eleições municipais programadas.

A proposta mais viável é informar aos desavisados sobre os “feitos políticos” dos candidatos a prefeitura de Salvador e se unir em torno de um candidato que tenha propostas concretas para a cidade. Sei que vai ser difícil escolher alguém para apoiar, pois não há nada tão ruim que não possa piorar. Por enquanto, vou me resguardar em bater em todos candidatos.

7 comentários:

  1. Prezado, o MOvimento Desocupa não é milagroso, é a união de pessoas da sociedade civil que chegaram no limite da paciência com a apatia instalada na cidade de Salvador. Obviamente, uma história de apatia tão longa e tão semeadora dos políticos corruptos e desleais que temos em nossas bancadas não vai se desfazer em curto prazo. Urge que o povo de Salvador se manifeste politicamente, participe das decisões do município, exerça sua voz cidadã. O Desocupa só busca que os cidadãos se enxerguem como cidadãos, reconquistem sua voz e importância na construção da cidade, desfazendo-se da ideia de que somos meros espectadores dos políticos eleitos (e na maioria das vezes, irresponsáveis). Duvido que com uma população atenta tenhamos uma equipe tão inapta e cara-de-pau nos próximos anos. Acredito na força social!

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  2. Li o texto primeiro e vi o título depois.

    Foi um susto.

    Pelo que está no texto, você não é contra o Desocupa. O título ficou sem eco. Talvez só não tenha terminado de entender o que, de fato, é o Desocupa.

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  3. O 'resenhador' não entende em dramática extensão as intenções que dão movimentos ao coletivo Desocupa Salvador. Mais nocivo que isso, o que pode eventualmente fazer - mas apenas a leitores muito acomodados - é desentender o movimento precisamente em sua força de convocação a uma participação coletiva, efetivamente democrática, em tudo o que diz respeito à cidade e à sua população. Débora Didonê destacou, em comentário anterior a este, a apatia reinante em Salvador. E sabemos que ela não vigora apenas por aqui. Quando a mesma comentadora afirma que "O Desocupa só busca que os cidadãos se enxerguem como cidadãos, reconquistem sua voz e importância na construção da cidade, desfazendo-se da ideia de que somos meros espectadores dos políticos eleitos", refere-se ela justamente a um dos objetos dessa desocupação coletivamente pretendida: a perniciosa ideia de que o governo está entregue aos "eleitos", pela mera razão desse mínimo insifuciente de participação que é o voto. Não! Não temos apenas isso e não esperamos que mais nos seja concedido para nos servirmos do que por humanidade desde sempre nos coube, embora seja sempre negado: a voz e a ação, a participação ativa, o protesto... mas também a colaboração criativa na produção de uma outra cidade, efetivamente mais coletiva. Camilo Fróes destacou bem o fato de que o nosso 'resenhador' apenas ainda não compreendeu os elementos postos em conexão nos gestos que dizem: "Desocupa!" A LOUOS e o Camarote Salvador constituem questões importantes nas quais a coletividade precisa investir, mas a convocação a que discutamos isso, a que protestemos contra essas manobras de ocupação irresponsável do espaço urbano, essa convocação sinaliza algo ao mesmo tempo mais além e mais próximo: a produção do desejo de uma atuação coletiva que promova uma melhor vida para esta cidade, uma melhor vida para a sua população, em especial para os que não de agora tem sido triturados pela destrutiva lógica do lucro, perpetrada por aqueles que precisamente se valem do comodismo de muitos, comodismo de que, tenho certeza, todos podemos nos desvencilhar, para isso não sendo necessário dizer ser a favor do Desocupa, mas tão somente entender o que, sendo-lhe anterior e infinitamente mais amplo, produz o Movimento a que, não por acaso, se concedeu esse nome: Desocupa!

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  4. pois é, também estou com camilo: achei o texto incoerente com o título tão contundente....bom, acho que toda forma de manifestação sobre o movimento é valida na medida em que se abre um espaço para discutir e falar sobre. como participante ativa do desocupa, entendo esse movimento como um canal para o exercício do controle social. sem dúvida existem uma série de problemas em nossa cidade, em todos os níveis, consequencias de anos de abandono e ingerência. e diante de toda elas, é a mobilização dos cidadãos a força capaz de mover as coisas na direção das necessidades da população, da cidade. para mim é aí que reside a força do desocupa: para quem quer de fato dar a cara, a voz e participar, existe um espaço aberto onde qualquer um pode interferir, pode propor, pode agir, e é assim que estamos caminhando. aliado a isso estamos propondo e executando medidas práticas que vão além da retórica do protesto. considero que aquilo que o movimento desocupa conseguiu mobilizar desde o seu início, em tão pouco tempo, foi muito mais do que pudemos ver pelo menos nestes oito anos de joao henrique. e quando me questionam o porque disso nao ter sido feito antes, de fato, nao acho que tenha uma explicação possível. penso que inúmeras pessoas estavam com uma grade demanda por mudanças mas isso estava disperso. neste ponto, foi e tem sido um grande mérito do desocupa ser uma espécie de catalisador dessas vozes, dessas forças. e te convide para que você possa pensar um pouco e, quem sabe, juntar-se o desocupa. os nossos interesses são também seus, pude ver isso pelo seu texto. abraços, beatriz

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  5. Godinho não votou por ser presidente. Mas se votasse aprovaria a louos.

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  6. De fato, o texto revela desconhecer a lógica e o desejo que movem o Desocupa. Talvez possamos dizer que a história urbanística de Salvador nas últimas cinco décadas tem sido a incessante privatização do público, apropriação do público para fins privados. Talvez mesmo isto resuma a própria história do Brasil. Em Salvador este modelo gerou tal esgotamento q não suportamos mais. Claro q sabemos que JH é apenas um instrumento com prazo de validade vencido. Mas o jogo eleitoral jogado apenas nas estrelas pouco interessa à cidade. Os partidos teimam em desconhecer a necessidade de um debate conceitual, sistêmico, catalizador e fortalecedor da cidadania. O Desocupa vem trazer tudo isto à tona.

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  7. Ao contrário de todos, achei o título muito coerente, mas a argumentação é que foi ingênua e muito ruim. Cabe fazer críticas mais sólidas ao Desocupa (que tem se resumido a LOUS, e ao prefeito) e a um grito de indignação de Classe Média, da burguesia, que acusa o povão de apatia, mas busca memso é uma vida mais "americanizada", uma pequena e triste Flórida para os poucos que têm carro (embora o suficiente para engarrarfar a cidade).

    O Desocupa tb tem questões internas graves: um movimento que se concentra no teatro Vila Velha, orbita Marcio Meireles (ex-secretario de Governo), que faz evento com representantes do camarote ao mesmo tempo em que pede grana para ajudar a jornalista processada!!! - processda por que? Nem sequer foi ao ato referido, e já deve mais de 6 mil? Se o Desocupa lança campanha de arrecadação colaborativa, o mínimo que devia fazer é esclarecer e fornecer amplo acesso ao processo, informações precisas dos gastos. Ou a questão mais grave comtra a qual lutar seria exatamente essa: como endividar jornalistas que nada fizeram. O Desocup nem sequer é uma entidade formal para sr citado em processo. Grave isso.

    Enfim, o Desocupa não pensa enquanto movimento, mas enquanto interesses... E caro escrevinhador, não é apoiando políticos que vamos melhorar as coias. Cada um de nós votará em quem achar melhor, mas o Deoscupa não pode apoiar ninguém, deve cobrar dos principais candidatos a exposião, o discurso e as ações necessárias para a cidade, e atuar segundo as tensões entre cidadão e poder.

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