segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Cachorro sem dono? Maus tratos liberado!




Juro que não compreendo a bondade humana do século XXI. A mesma pessoa que fica chocada com imagens de agressão a animais, se regozija de prazer com violência contra seres humanos.

Cenas de violência animal têm sido recorrente na mídia brasileira. Segundo a teoria antropológica, os agentes agressores são os novos “diabos sociais”, ou seja, meros “bodes expiatórios” para mascarar problemas mais graves.  Não sou a favor de nenhum destrato a seres inofensivos, porém, estes fatos são supervalorizados por provocar comoção pública e aumentar audiência de programas televisivos.

A integridade de um animal está valendo mais que a de um ser humano e não é exagero meu.  Por exemplo, a cada final de semana temos em média 12 assassinatos em Salvador, e não existe nenhuma comoção pública, nem compartilhamento em massa no facebook, e o assunto não alcança o Topic Trends no Twitter.  É verdade que programas sensacionalistas como Balanço Geral, Brasil Urgente, dentre outros, se aproveitam da situação para alavancar audiência. Mas o tratamento é bem diferente. Vejamos:



O jovem do vídeo é acusado, julgado e sua sentença executada em praça pública. O ato troglodita digno da Idade Média é aclamado pela mídia e apoiada pela população. Contudo, isto esconde um pensamento rasteiro de preconceito e racismo. Nunca vi “filhinho de papai” sendo espancado pela Polícia, mesmo sendo preso em flagrante delito.

A população apoiando estes atos, legaliza o tratamento desigual as minorias sociais, como agressão a pobres, negros, gays e todos os tipos de classes “oprimidas”. Passa o tempo, entretanto, continuamos com índole medieval, semelhante aos romanos e seus atos de barbáries. Afinal, não podemos deixar leões famintos. A solução é simples, joguem carne humana para eles comerem.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Classificação: sexo feminino – Gênero: construído ao longo dos anos




Sempre tive muito problemas em ouvir indagações ou afirmações sobre ser feminista. Achava ofensivo e um rótulo pesado para se carregar, são décadas de lutas e militâncias de milhares de mulheres pelo mundo todo e o meu papel nesse bolo todo é ler, estudar, escrever e debater com amigos culturalmente construídos como machistas. Acredito na mudança pessoa a pessoa, já que nunca tive pretensão em assumir algo que envolvesse o gênero e leis que influenciassem milhares de pessoas.

Passei a aceitar o termo feminista, logo após descobri e aceitar ser de esquerda, sujeito que apoia o fim das diferentes formas de exploração do homem – lembrando que dentro da própria esquerda existem vertentes diferenciadas como centro-esquerda e extrema-esquerda. Após todas as aceitações de termos passei a gritar ao mundo, sou feminista e daí?

Não era nem nascida quando aconteceram a Primeira e Segunda Onda do Feminismo, não lutei pelos direitos femininos ao voto, muito menos queimei sutiãs (na verdade sou aficionada por eles). Sou de uma geração que luta por respeito, por garantias igualitárias de salário, contra a violência doméstica e principalmente pela conscientização de mulheres, para que lutem por seus direitos nos espaços públicos e privados.

A mulher do séc. XXI é praticamente um Bombril, são 1001 papéis: dona de casa, chefe de família, mãe, mulher, esposa, profissional e por ai vai. É inegável a importância do papel representado pelas brasileiras na nossa sociedade, principalmente na Bahia, uma terra que há gerações é capitaneada por matriarcas.

Meu recado? Nunca permita ser julgadas/recriminadas pelo sexo que nasceu, se valorize como profissional, pois você passará por muitas discriminações e perderá empregos ou ganhará menos por sangrar todo mês e poder gerar uma nova vida. Se politize, descubra seus direitos e jamais abaixe a cabeça e aceite qualquer tipo de violência. 





* Texto da jornalista colaboradora Danielle Antão.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

PM e Governo: O jogo continua.




A cena a cima poderá se repetir em breve. Não se trata de mandinga ou praga de azarão. Se refere a baixa remuneração e falta de prioridade do governo.

As revoltas dos policiais militares de 2012 já saíram das capas dos jornais para dar lugar ao carnaval, mas, todas as suas reivindicações estão longe de ter um fim, por isto, temos obrigação de refletir sobre estes fatos. Foi na Bahia que o movimento teve maior adesão e fez os baianos relembrarem o ano de 2001, penúltima greve geral da Polícia baiana.

Criada na Ditadura Militar, a PM tinha o objetivo de caçar, investigar e até matar comunistas e qualquer cidadão que o governo julgava comprometer a ordem política vigente. Assim como as instituições militares de defesa nacional, como o exército, a marinha e a aeronáutica; a PM não possui direito de greve e deve trabalhar mesmo que seja na marra. Todavia, quem ensinou os “tiras” a se amotinarem?

Por ironia do destino, o governador da Bahia, Jaques Wagner foi um ótimo professor, juntamente com seus amigos do Partido dos Trabalhadores que ensinaram todos os métodos de porta de fábrica aos militares. Contando com a falta de memória do povo, hoje os petistas chamam a greve de prática terrorista. Porém, como a internet não deixa nossa memória falhar, o vídeo denuncia quem ensinou o terror:



 A exposição midiática já passou, entretanto, o jogo de xadrez deve continuar e será um processo longo. O mesmo tabuleiro que fez Jaques Wagner dá um xeque mate no movimento grevista, é o mesmo que o fará sangrar nas próximas eleições.

Independentemente da disputa política, sem melhor remuneração para estes profissionais é impossível visualizar o fim de movimentos como estes. Talvez, o dinheiro que o governo nega ter, está sendo torrado em estádios para a Copa do Mundo. 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

“Globo e manipulação, tudo a ver”!



A liberdade de imprensa é um direito conquistado através de lutas desde a primeira constituição brasileira, em 1824. Mas na terra tupiniquim, a liberdade é trocada por “libertinagem”, e a falta de lei que regule setores da comunicação permite que a mídia seja usada como ferramenta manipulatória.

A Globo é o maior veículo de comunicação do país e também o maior exemplo de como a imprensa desvirtua informações. Histórias de manipulações da rede Globo não são novidades. Mas, como relembrar a história é necessário para consertar erros do futuro, vamos recordar alguns fatos marcantes da Vênus Platinada, como o caso Brizola, as “Diretas já” e a eleição de Collor.

O Candidato Brizola
Em 1979, após voltar do exílio, Leonel Brizola candidatou-se a governador do Rio de Janeiro. Sua candidatura não agradava aos militares e sua aliada Tv Globo. Com a vitória praticamente certa, a Globo montou um esquema para fraudar a contagem dos votos, através da empresa Proconsult, responsável pela apuração. A fraude foi denunciada por um executivo da emissora, por isto, foi montado um esquema paralelo de contagem, assegurando a vitória de Leonel Brizola.

As diretas Já
Provavelmente, a maior proeza realizada pela emissora carioca foi esconder uma multidão de pessoas que saíram as ruas no momento derradeiro da ditadura militar, pedindo eleições diretas para presidente. Após grande desgaste da sua imagem, a Globo decidiu noticiar a “Diretas Já” de forma distorcida, mostrando a passeata que reuniu 300 mil pessoas nas ruas de São Paulo, como uma mera comemoração de aniversário da cidade.

As eleições de 1989
Outro personagem emblemático para as organizações Globo foi o sindicalista Luís Inácio Lula da Silva, que em 1989, saiu candidato a Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores. No primeiro debate televisivo das eleições de 1989, realizado pela Tv Manchete, o candidato do PT apresentou um discurso convincente frente o Candidato dos Marinhos, Collor de Mello.

Para derrubar Lula, a Globo elaborou um plano. Na reta final da campanha, a emissora exibiu durante sua programação a edição de um debate que favoreceu seu candidato. A manobra foi confirmada em novembro de 2011, por Luis Bonifacio, o Boni, naquele período principal executivo da emissora. Assim afirmou em entrevista a Folha de São Paulo:

"Conseguimos tirar a gravata do Collor, botar um pouco de suor com uma glicerinazinha, e colocamos as pastas todas que estavam ali, com supostas denúncias contra o Lula, mas que estavam vazias ou com papéis em branco".

Diferente da liberdade de expressão defendida pela Globo, os funcionários que tentaram protestar contra  a edição do debate foram sumariamente demitidos como podemos ver no vídeo abaixo:



Não é um “desserviço” a população brasileira? Certamente. Distorcendo informações e garantindo a alienação da população, organizações como a Globo defendem seus interesses privados.  Por este motivo, eles não querem viver a sob a batuta da lei.

A melhor volta da história - Ayrton Senna




Olá resenhadores,

Hoje decidi não escrever um texto, gostaria apenas de compartilhar com vocês uma das minhas paixões, o automobilismo. E como todo brasileiro que gosta de corridas, tenho Ayrton Senna como exemplo de excelente piloto.

O ano é 1993, Grande Prêmio da Europa. A imprensa inglesa criticou ferozmente o circuito de Donington Park por não apresentar ponto de ultrapassagem. Mas, o extraordinário Ayrton Senna deu um show de pilotagem. A primeira volta deste GP ficaria conhecido como a melhor volta da história.

O vídeo dispensa comentários. Até mais!







sábado, 11 de fevereiro de 2012

Bahia, terra do Forró




Que a Bahia é um celeiro da cultura popular brasileira ninguém duvida, o samba reggae do Olodum, o axé de Luis Caldas e Daniela Mercury, o pagode do É o Tchan, são exemplos de ritmos que ficaram conhecidos em todo país. Mas, o que muitos não lembram é a importância da Bahia para o forró brasileiro.

Criado em 1958, na cidade de Salvador, o Trio Nordestino foi o responsável por divulgar o forró na Bahia. Sua formação mais conhecida era composta por Lindú (voz e sanfona), Coroné (zabumba) e Cobrinha (triângulo). Esses três nomes são responsáveis pelo primeiro sucesso do grupo, a música “Chupando Gelo”. 

Se não fosse o Trio Nordestino provavelmente o forró ficaria na história como uma modinha como ocorreu com a lambada e outros ritmos brasileiros. No final dos 60, o forró estava em baixa e a partir de inovações o trio apostou juntamente com Genival Lacerda, em músicas de duplo sentindo. Foi neste momento, 1970, que o grupo gravou seu maior sucesso Procurando Tú, composição de Antonio Barros, disparando nas paradas de sucesso, só sendo superado em vendas de disco por Roberto Carlos.

Um das grandes inovações do Trio Nordestino foi a incorporação de uma segunda sanfona e uma bateria no grupo, tornando o forró “mais aceitável” num período em que o Brasil era marcado por forte mistura de ritmos, mas, apesar disso, as raízes do forró foram preservadas.

Hoje, o forró da Bahia inspira-se na qualidade das letras e na diversificação das bandas, agradando diferentes gostos e sobrevivendo no meio de um mercado musical altamente comercial. A dança bonita e prazerosa, o baixo custo e o clima amistoso são os principais atrativos do forró. Salvador possui uma casa especializada em forró situada na orla da cidade e as festas juninas constituem o momento máximo da celebração do ritmo.

Artistas como Flavio José, conhecido também como rei do xote, Adelmário Coelho, Bruninho do Acordeon, Jó Miranda, dentres outros levam a tradicional música nordestina para toda a Bahia. Em especial, o sanfoneiro Targino Gondim, que em 2009, criou o Festival Nacional da Sanfona em Juazeiro-BA, que festeja o belíssimo instrumento com convidados renomados, como o mestre Dominguinhos.

Muitos acham que o forró na Bahia não é um ritmo de forte aceitação. Na verdade, a mídia não dá a devida atenção, mas o que podemos ver nas principais escolas de dança da capital é muito diferente. Forropolitano, Forrozeando, Cabrueira, Baião Granfino estão cheias de alunos de janeiro a dezembro.

Aos milhares de turistas que visitam a Bahia todos os anos, convido vocês a conhecer este mundo mágico. Poderia expor inúmeros fatores para os leitores conhecerem o nosso forró tradicional, entretanto, nenhuma palavra está a altura de descrever o sentimento de um verdadeiro forrozeiro.



Retrato da Bahia
Quem chega na praça Cayru
Olha pra cima o que é que vê
Ver o elevador Lacerda
Que vive a subir e a descer
É o retrato fiel da Bahia
Baiana vendendo com alegria
Coisinha gostosa de dendê
Lá na rampa do mercado
Saveirinho abarrotado
Muito fruto, em bom bocado
Tudo bom pra se comer
É o retrato fiel da Bahia
Baiana vendendo com alegria
Coisinha gostosa de dendê


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Um olhar sobre o aborto


Esta semana, a nova ministra de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, afirmou que o aborto é uma questão de saúde pública. Enquanto isso não se torna realidade, o Código Penal Brasileiro no Art. 124 prevê detenção de um a três anos para mulheres que praticam ou praticaram aborto.


Por questões diversas é muito improvável que alguém seja condenado por este ato, pois geralmente é praticado em casas ou clínicas clandestinas, o que dificulta a abertura de inquérito e até mesmo uma investigação bem sucedida.

Ainda não existem estatísticas confiáveis, mas sabemos que milhares de mulheres morrem todo ano por não obterem atendimento devido na rede pública de saúde, após a retirada do feto. Por pura questão política, nossos representantes preferem se omitir com medo de perder votos, impossibilitando uma discussão ampla sobre o assunto.

Nas redes sociais é fácil encontrar afirmações recriminando o aborto, utilizando argumentos frágeis do tipo "é fácil pedir a descriminalização do aborto quando você já nasceu". Verdade seja dita, a proibição de cometer um ato, não o impede de ser feito. Isto acontece com o uso de entorpecentes, com o homicídio, suicídio ou até em práticas aparentemente inocentes, como jogar lixo na rua.

Tais pensamentos retomam ao código do talião, conjunto de leis que determinava punições de acordo com o crime que cometia. Por exemplo, se alguém comete um assassinato, logo, ele deveria ser assassinado também. Claro que não estou comparando aborto com assassinato, pois a definição de ambos no dicionário é bem distinta, entretanto, negar assistência a quem praticou aborto é condenar uma mulher a morte sem ao mesmo julgá-la.

 No mundo do contraditório é possível perdoar desde trafico até o mais cruel genocídio, mas a punição para as mulheres que decidiram ser dona do seu corpo continua sendo uma prática pouco cristã, a lapidação em praça pública, com a diferença que a execração hoje é realizada de forma virtual. Creio que os inquisidores eram mais corajosos.


A curetagem é uma cirurgia delicada e tem como função principal limpar os retos do aborto. Este método é direito universal das mulheres que deve ser praticado por profissionais treinados. Ainda assim, mesmo após a descriminalização do aborto, as vitimas serão sempre as mulheres pobres, submetidas às precárias condições do SUS.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ócio produtivo

Mente vazia oficina do Diabo diz o ditado, e é neste momento que crio o blog O Resenhador. Como o próprio nome diz o objetivo é falar sobre tudo, dar pitaco, prosear, opinar e avacalhar qualquer tipo de coisa. Como bom baiano parece que resenhar é um dom conquistado no nascedouro e alguns amigos ajudaram a afiar esta atividade que flui com perfeita naturalidade nas rodas de conversa, e foram eles que incentivaram a criação deste blog. Como mediano contabilista compartilharei idéias sobre finanças, e como apaixonado por história e política darei devida atenção a estes fatos também. Ou seja, faremos um verdadeiro balaio de gato por aqui, excluindo os conceitos de certo e errado e respeitando opiniões diversas.  Espero que possamos fazer deste blog um espaço para uma Resenha de qualidade.