Juro que não compreendo a bondade
humana do século XXI. A mesma pessoa que fica chocada com imagens de agressão a
animais, se regozija de prazer com violência contra seres humanos.
Cenas de violência animal têm
sido recorrente na mídia brasileira. Segundo a teoria antropológica, os agentes
agressores são os novos “diabos sociais”, ou seja, meros “bodes expiatórios”
para mascarar problemas mais graves. Não
sou a favor de nenhum destrato a seres inofensivos, porém, estes fatos são
supervalorizados por provocar comoção pública e aumentar audiência de programas
televisivos.
A integridade de um animal está valendo mais que a de um ser humano e não é exagero meu. Por exemplo, a cada final de semana temos em média 12 assassinatos em Salvador, e não existe nenhuma comoção pública, nem compartilhamento em massa no facebook, e o assunto não alcança o Topic Trends no Twitter. É verdade que programas sensacionalistas como Balanço Geral, Brasil Urgente, dentre outros, se aproveitam da situação para alavancar audiência. Mas o tratamento é bem diferente. Vejamos:
O jovem do vídeo é acusado,
julgado e sua sentença executada em praça pública. O ato troglodita digno da
Idade Média é aclamado pela mídia e apoiada pela população. Contudo, isto esconde
um pensamento rasteiro de preconceito e racismo. Nunca vi “filhinho de papai” sendo
espancado pela Polícia, mesmo sendo preso em flagrante delito.
A população apoiando estes atos, legaliza o tratamento desigual as minorias sociais, como
agressão a pobres, negros, gays e todos os tipos de classes “oprimidas”. Passa o
tempo, entretanto, continuamos com índole medieval, semelhante aos romanos e seus
atos de barbáries. Afinal, não podemos deixar leões famintos. A solução é
simples, joguem carne humana para eles comerem.