Que a Bahia é um celeiro da
cultura popular brasileira ninguém duvida, o samba reggae do Olodum, o axé de
Luis Caldas e Daniela Mercury, o pagode do É o Tchan, são exemplos de ritmos
que ficaram conhecidos em todo país. Mas, o que muitos não lembram é a
importância da Bahia para o forró brasileiro.
Criado em 1958, na cidade de
Salvador, o Trio Nordestino foi o responsável por divulgar o forró na Bahia.
Sua formação mais conhecida era composta por Lindú (voz e sanfona), Coroné (zabumba)
e Cobrinha (triângulo). Esses três nomes são responsáveis pelo primeiro sucesso
do grupo, a música “Chupando Gelo”.
Se não fosse o Trio Nordestino provavelmente
o forró ficaria na história como uma modinha como ocorreu com a lambada e
outros ritmos brasileiros. No final dos 60, o forró estava em baixa e a partir
de inovações o trio apostou juntamente com Genival Lacerda, em músicas de duplo
sentindo. Foi neste momento, 1970, que o grupo gravou seu maior sucesso
Procurando Tú, composição de Antonio Barros, disparando nas paradas de sucesso,
só sendo superado em vendas de disco por Roberto Carlos.
Um das grandes inovações do Trio
Nordestino foi a incorporação de uma segunda sanfona e uma bateria no grupo, tornando
o forró “mais aceitável” num período em que o Brasil era marcado por forte mistura
de ritmos, mas, apesar disso, as raízes do forró foram preservadas.
Hoje, o forró da Bahia inspira-se
na qualidade das letras e na diversificação das bandas, agradando diferentes
gostos e sobrevivendo no meio de um mercado musical altamente comercial. A
dança bonita e prazerosa, o baixo custo e o clima amistoso são os principais
atrativos do forró. Salvador possui uma casa especializada em forró situada na
orla da cidade e as festas juninas constituem o momento máximo da celebração do
ritmo.
Artistas como Flavio José,
conhecido também como rei do xote, Adelmário Coelho, Bruninho do Acordeon, Jó
Miranda, dentres outros levam a tradicional música nordestina para toda a Bahia.
Em especial, o sanfoneiro Targino Gondim, que em 2009, criou o Festival
Nacional da Sanfona em Juazeiro-BA, que festeja o belíssimo instrumento com convidados
renomados, como o mestre Dominguinhos.
Muitos acham que o forró na Bahia
não é um ritmo de forte aceitação. Na verdade, a mídia não dá a devida atenção,
mas o que podemos ver nas principais escolas de dança da capital é muito
diferente. Forropolitano, Forrozeando, Cabrueira, Baião Granfino estão cheias
de alunos de janeiro a dezembro.
Aos milhares de turistas que
visitam a Bahia todos os anos, convido vocês a conhecer este mundo mágico.
Poderia expor inúmeros fatores para os leitores conhecerem o nosso forró
tradicional, entretanto, nenhuma palavra está a altura de descrever o
sentimento de um verdadeiro forrozeiro.
(Veja também Jackson do Pandeiro, “O Rei do Ritmo”)
Retrato da Bahia
Quem
chega na praça Cayru
Olha pra cima o que é que vê
Ver o elevador Lacerda
Que vive a subir e a descer
É o retrato fiel da Bahia
Baiana vendendo com alegria
Coisinha gostosa de dendê
Olha pra cima o que é que vê
Ver o elevador Lacerda
Que vive a subir e a descer
É o retrato fiel da Bahia
Baiana vendendo com alegria
Coisinha gostosa de dendê
Lá
na rampa do mercado
Saveirinho abarrotado
Muito fruto, em bom bocado
Tudo bom pra se comer
Saveirinho abarrotado
Muito fruto, em bom bocado
Tudo bom pra se comer
É o
retrato fiel da Bahia
Baiana vendendo com alegria
Coisinha gostosa de dendê
Baiana vendendo com alegria
Coisinha gostosa de dendê
Parabéns ao meu amigo Uil (Presi para os mais chegados rsrsrs) pela iniciativa de criar este blog com a intenção de expor sua opinião sobre o que for de seu interesse. Quanto ao assunto deste post, para mim isso é mais do que conhecido, acho que para quem mora no interior da Bahia o forró é muito mais presente do que na capital do nosso estado, não quero dizer que este estilo musical seja preterido pelos irmãos soteropolitanos, mas que a qualidade de metrópole faz com que deixemos de lado o que é nosso para dar mais valor ao que vem de fora. O forró na Bahia é muito forte, é dos mais bem feitos nesse país.
ResponderExcluirEsse post, Presi, me fez lembrar uma outra discussão, de que muita gente acha que a Bahia não se sente como parte do nordeste, mas isso já é outro debate, né ?
Sucesso nessa nova peleja. Abração meu amigo Uil !!