sábado, 11 de fevereiro de 2012

Bahia, terra do Forró




Que a Bahia é um celeiro da cultura popular brasileira ninguém duvida, o samba reggae do Olodum, o axé de Luis Caldas e Daniela Mercury, o pagode do É o Tchan, são exemplos de ritmos que ficaram conhecidos em todo país. Mas, o que muitos não lembram é a importância da Bahia para o forró brasileiro.

Criado em 1958, na cidade de Salvador, o Trio Nordestino foi o responsável por divulgar o forró na Bahia. Sua formação mais conhecida era composta por Lindú (voz e sanfona), Coroné (zabumba) e Cobrinha (triângulo). Esses três nomes são responsáveis pelo primeiro sucesso do grupo, a música “Chupando Gelo”. 

Se não fosse o Trio Nordestino provavelmente o forró ficaria na história como uma modinha como ocorreu com a lambada e outros ritmos brasileiros. No final dos 60, o forró estava em baixa e a partir de inovações o trio apostou juntamente com Genival Lacerda, em músicas de duplo sentindo. Foi neste momento, 1970, que o grupo gravou seu maior sucesso Procurando Tú, composição de Antonio Barros, disparando nas paradas de sucesso, só sendo superado em vendas de disco por Roberto Carlos.

Um das grandes inovações do Trio Nordestino foi a incorporação de uma segunda sanfona e uma bateria no grupo, tornando o forró “mais aceitável” num período em que o Brasil era marcado por forte mistura de ritmos, mas, apesar disso, as raízes do forró foram preservadas.

Hoje, o forró da Bahia inspira-se na qualidade das letras e na diversificação das bandas, agradando diferentes gostos e sobrevivendo no meio de um mercado musical altamente comercial. A dança bonita e prazerosa, o baixo custo e o clima amistoso são os principais atrativos do forró. Salvador possui uma casa especializada em forró situada na orla da cidade e as festas juninas constituem o momento máximo da celebração do ritmo.

Artistas como Flavio José, conhecido também como rei do xote, Adelmário Coelho, Bruninho do Acordeon, Jó Miranda, dentres outros levam a tradicional música nordestina para toda a Bahia. Em especial, o sanfoneiro Targino Gondim, que em 2009, criou o Festival Nacional da Sanfona em Juazeiro-BA, que festeja o belíssimo instrumento com convidados renomados, como o mestre Dominguinhos.

Muitos acham que o forró na Bahia não é um ritmo de forte aceitação. Na verdade, a mídia não dá a devida atenção, mas o que podemos ver nas principais escolas de dança da capital é muito diferente. Forropolitano, Forrozeando, Cabrueira, Baião Granfino estão cheias de alunos de janeiro a dezembro.

Aos milhares de turistas que visitam a Bahia todos os anos, convido vocês a conhecer este mundo mágico. Poderia expor inúmeros fatores para os leitores conhecerem o nosso forró tradicional, entretanto, nenhuma palavra está a altura de descrever o sentimento de um verdadeiro forrozeiro.



Retrato da Bahia
Quem chega na praça Cayru
Olha pra cima o que é que vê
Ver o elevador Lacerda
Que vive a subir e a descer
É o retrato fiel da Bahia
Baiana vendendo com alegria
Coisinha gostosa de dendê
Lá na rampa do mercado
Saveirinho abarrotado
Muito fruto, em bom bocado
Tudo bom pra se comer
É o retrato fiel da Bahia
Baiana vendendo com alegria
Coisinha gostosa de dendê


Um comentário:

  1. Parabéns ao meu amigo Uil (Presi para os mais chegados rsrsrs) pela iniciativa de criar este blog com a intenção de expor sua opinião sobre o que for de seu interesse. Quanto ao assunto deste post, para mim isso é mais do que conhecido, acho que para quem mora no interior da Bahia o forró é muito mais presente do que na capital do nosso estado, não quero dizer que este estilo musical seja preterido pelos irmãos soteropolitanos, mas que a qualidade de metrópole faz com que deixemos de lado o que é nosso para dar mais valor ao que vem de fora. O forró na Bahia é muito forte, é dos mais bem feitos nesse país.
    Esse post, Presi, me fez lembrar uma outra discussão, de que muita gente acha que a Bahia não se sente como parte do nordeste, mas isso já é outro debate, né ?

    Sucesso nessa nova peleja. Abração meu amigo Uil !!

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