Como descrevi no meu primeiro post Ócio
Produtivo, uma das minhas paixões é ler sobre história. Por isto, me sinto
na obrigação de mostrar um pouco dos últimos três livros que li sobre esta
temática. Diferentemente dos livros tradicionais de visão romanceada sobre os
índios, negros, nativos americanos, e da crueldade dos europeus, estas obras demonstram
também a perversidade dos primeiros e a benevolência dos europeus.
O primeiro livro é “1808”, de
Laurentino Gomes. O escritor conta como o rei Dom João VI ajudou a mudar a
história do Brasil. Desde sua escala na Bahia, antes de chegar ao Rio de
Janeiro, o rei toma medidas que transformou nosso país de simples colônia portuguesa
em um Reino Unido a Portugal e Algarves. O livro se passa em um ambiente
pitoresco para realidade de hoje, época em que o Brasil era uma coxa de
retalhos, sem estradas, sem rede sanitária e com 99% da população analfabeta. No
cenário, uma rainha louca e um rei que conseguiram transformar o Brasil num dos
países mais importantes do mundo.
“1822” é a continuidade de “1808”.
O livro descreve o Brasil a beira da independência, desmistificando a vontade
dos brasileiros de se separar de Portugal. A maior parte da nossa população era
negra e o principal interesse dos senhores de engenho era evitar a revolta dos
escravos. Com uma mãozinha dos “portugas” e de um escocês louco por dinheiro,
D. Pedro I se torna herói e proclama a Independência do Brasil. Laurentino
conta a vida de D. Pedro I até sua morte e como ele se tornou odiado nos seus
últimos dias.
Nestes livros, Laurentino Gomes
consegue mostrar diferentes visões da mesma realidade, o que deixa a leitura
prazerosa. Por exemplo, D. Pedro I é descrito como apaixonado pela vida
militar, companheiro e humilde com seus soldados, entretanto, é cruel com sua
esposa e seus adversários políticos. Muitas vezes ao defender o Brasil era retalhado
pelos compatriotas portugueses, e no fim das contas foi expulso do Brasil
acusado de traição.
A história pode ser contada através
de diferentes olhares, outro exemplo é “O Guia Politicamente Incorreto da História
do Brasil”. O escritor Leandro Narloch desconstrói personagens tidos como
heróis brasileiros como Zumbi dos Palmares, Tiradentes, Lampião, Leonel
Brizola, entre outros.
Posso acrescentar que nenhum dos
livros citados tem a pretensão de descrever uma verdade absoluta, a visão de
cada acontecimento é modificada de acordo com a necessidade de cada tempo. Para
não correr o risco de contar tudo, vou parar por aqui e desejo boa leitura a
vocês. Até as próximas dicas.
Pow que legal, Uiliam. Deu até vontade de ler!! Novas visões sobre um assunto tido como conhecido é sempre interessante. Claro que nenhum deve chegar à verdade absoluta. Só consultando os personagens que viviam naquela época. Por falar nisso, tem uma pesquisadora que diz que viu, no antigo palácio imperial do Rio, o fantasma de Leopoldina. Ela disse que se a encontrasse de novo faria perguntas históricas (risos).
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