sexta-feira, 2 de março de 2012

A história do Brasil – O que você não viu na escola!


Como descrevi no meu primeiro post Ócio Produtivo, uma das minhas paixões é ler sobre história. Por isto, me sinto na obrigação de mostrar um pouco dos últimos três livros que li sobre esta temática. Diferentemente dos livros tradicionais de visão romanceada sobre os índios, negros, nativos americanos, e da crueldade dos europeus, estas obras demonstram também a perversidade dos primeiros e a benevolência dos europeus.



O primeiro livro é “1808”, de Laurentino Gomes. O escritor conta como o rei Dom João VI ajudou a mudar a história do Brasil. Desde sua escala na Bahia, antes de chegar ao Rio de Janeiro, o rei toma medidas que transformou nosso país de simples colônia portuguesa em um Reino Unido a Portugal e Algarves. O livro se passa em um ambiente pitoresco para realidade de hoje, época em que o Brasil era uma coxa de retalhos, sem estradas, sem rede sanitária e com 99% da população analfabeta. No cenário, uma rainha louca e um rei que conseguiram transformar o Brasil num dos países mais importantes do mundo.

“1822” é a continuidade de “1808”. O livro descreve o Brasil a beira da independência, desmistificando a vontade dos brasileiros de se separar de Portugal. A maior parte da nossa população era negra e o principal interesse dos senhores de engenho era evitar a revolta dos escravos. Com uma mãozinha dos “portugas” e de um escocês louco por dinheiro, D. Pedro I se torna herói e proclama a Independência do Brasil. Laurentino conta a vida de D. Pedro I até sua morte e como ele se tornou odiado nos seus últimos dias.

Nestes livros, Laurentino Gomes consegue mostrar diferentes visões da mesma realidade, o que deixa a leitura prazerosa. Por exemplo, D. Pedro I é descrito como apaixonado pela vida militar, companheiro e humilde com seus soldados, entretanto, é cruel com sua esposa e seus adversários políticos. Muitas vezes ao defender o Brasil era retalhado pelos compatriotas portugueses, e no fim das contas foi expulso do Brasil acusado de traição.



A história pode ser contada através de diferentes olhares, outro exemplo é “O Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”. O escritor Leandro Narloch desconstrói personagens tidos como heróis brasileiros como Zumbi dos Palmares, Tiradentes, Lampião, Leonel Brizola, entre outros.

Posso acrescentar que nenhum dos livros citados tem a pretensão de descrever uma verdade absoluta, a visão de cada acontecimento é modificada de acordo com a necessidade de cada tempo. Para não correr o risco de contar tudo, vou parar por aqui e desejo boa leitura a vocês. Até as próximas dicas. 



Um comentário:

  1. Pow que legal, Uiliam. Deu até vontade de ler!! Novas visões sobre um assunto tido como conhecido é sempre interessante. Claro que nenhum deve chegar à verdade absoluta. Só consultando os personagens que viviam naquela época. Por falar nisso, tem uma pesquisadora que diz que viu, no antigo palácio imperial do Rio, o fantasma de Leopoldina. Ela disse que se a encontrasse de novo faria perguntas históricas (risos).

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