quinta-feira, 8 de março de 2012

Ser mãe é fácil, difícil é parir num hospital soteropolitano




No dia 04 de outubro de 2007, perdi minha avó materna, vítima de infecção generalizada após uma cirurgia do coração. A dor de vê-la internada na Unidade de Terapia Intensiva foi desesperador, por isso, desde então, jamais voltei há um a hospital ou emergência.

Nesta última quarta-feira (07), retornei a um hospital de grande porte por interesse meramente profissional, fui entrevistar um obstetra sobre as condições das maternidades de Salvador. Nos próximos parágrafos farei um relato do que vi, senti e pensei!

Chegando ao Hospital Roberto Santos vi um mar de gente, muitos a espera de atendimento, alguns com malas sendo liberados da internação e outros tentando marcar consultas. Ao ser conduzida a área de obstetrícia a sensação foi de ansiedade e desespero com a possibilidade de presenciar um parto. Pausa para uma revelação pessoal, já pensei em ser mãe e “despensei” milhares de vezes, então, ouvir a gritaria feminina me deixou em pânico.

Durante a conversa, a revolta pelo descaso com essas mulheres e seus recém-nascidos é inevitável. Não é fácil descobrir que partos estão sendo feitos nos corredores em cima de macas; que semana passada após 4h de peregrinação a procura de um leito, uma mãe deu a luz a um bebê morto e que por falta de UTI, crianças prematuras vem a óbito.

Aviso ao município de Salvador, ao governo do Estado e Federal que de nada adianta Vale-gás, Bolsa Família, vale transporte para o pré-natal, se as grávidas não conseguem atendimento de qualidade no momento que necessitam.

Neste emblemático, 08 de março, que é comemorado o Dia Internacional da Mulher, peço a homens e mulheres, que sejam ou não pais e mães que manifestem e exijam seus direitos instituídos pela Constituição. GRÁVIDAS parir com segurança e com o mínimo de cuidado é seu DIREITO, lute por isso!

Para saber mais sobre a situação das maternidades baianas acessem o grupo Rosa (veja aqui) no facebook.


*Texto da jornalista colaboradora Danielle Antão

0 comentários:

Postar um comentário