sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Classificação: sexo feminino – Gênero: construído ao longo dos anos




Sempre tive muito problemas em ouvir indagações ou afirmações sobre ser feminista. Achava ofensivo e um rótulo pesado para se carregar, são décadas de lutas e militâncias de milhares de mulheres pelo mundo todo e o meu papel nesse bolo todo é ler, estudar, escrever e debater com amigos culturalmente construídos como machistas. Acredito na mudança pessoa a pessoa, já que nunca tive pretensão em assumir algo que envolvesse o gênero e leis que influenciassem milhares de pessoas.

Passei a aceitar o termo feminista, logo após descobri e aceitar ser de esquerda, sujeito que apoia o fim das diferentes formas de exploração do homem – lembrando que dentro da própria esquerda existem vertentes diferenciadas como centro-esquerda e extrema-esquerda. Após todas as aceitações de termos passei a gritar ao mundo, sou feminista e daí?

Não era nem nascida quando aconteceram a Primeira e Segunda Onda do Feminismo, não lutei pelos direitos femininos ao voto, muito menos queimei sutiãs (na verdade sou aficionada por eles). Sou de uma geração que luta por respeito, por garantias igualitárias de salário, contra a violência doméstica e principalmente pela conscientização de mulheres, para que lutem por seus direitos nos espaços públicos e privados.

A mulher do séc. XXI é praticamente um Bombril, são 1001 papéis: dona de casa, chefe de família, mãe, mulher, esposa, profissional e por ai vai. É inegável a importância do papel representado pelas brasileiras na nossa sociedade, principalmente na Bahia, uma terra que há gerações é capitaneada por matriarcas.

Meu recado? Nunca permita ser julgadas/recriminadas pelo sexo que nasceu, se valorize como profissional, pois você passará por muitas discriminações e perderá empregos ou ganhará menos por sangrar todo mês e poder gerar uma nova vida. Se politize, descubra seus direitos e jamais abaixe a cabeça e aceite qualquer tipo de violência. 





* Texto da jornalista colaboradora Danielle Antão.

7 comentários:

  1. Orgulhosíssima!
    Bjs
    Eternamente sua pró.
    Clara

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  2. Gente, essa pessoinha acima chamada Clara, foi a minha primeira incentivadora na escrita.

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  3. Quando vi a chamada no face sobre um bom texto quis logo conferir. Fato! Simples, direto e prazeroso. Muito bom. Recado dado: "Se politize, descubra seus direitos e jamais abaixe a cabeça e aceite qualquer tipo de violência"
    Depois disso, possivelmente, não teremos causas para o feminismos.

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  4. Muito bom, Srta Danielle! Não posso dizer surpreendente porque vindo de você já se espera uma produção com qualidade acima do normal. Fico feliz por você e pela evolução que você vem obtendo.
    Parabéns!

    Pintinho.
    rsrs..

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    1. Anônimo conhecido, obrigada pelo elogio.. é bom saber que quem sempre esteve presente percebeu nossas evoluções! Grata. :P

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